quinta-feira, 2 de abril de 2009

Parto de Gravidez Psicológica

Eu acho que estive grávido. Ou talvez fosse um câncer no meu útero. Não, de verdade, eu estive grávido.

Então eu pari e cuidei de minha cria. Dei sustento, provimentos e remédios. Cuidei de minha criança como um bom “mãe”. Levei para passear, brincar, mostrei os perigos da vida. Ensinei tudo o que podia ensinar. Estudei e eduquei como pude também. E meu bebê cresceu e se tornou uma grande pessoa. Mas eu envelheci. E eu definhei. E minha criança foi pro mundo. E eu fiquei aqui, velho(a) e sozinho(a).

Eu fui um bom “mãe”. E minha cria está se comportando como uma boa “filho”.

Comentando Comentários
Obrigado pelos comentários! E vamos comentá-los, então...

Pucci: De nada, pelos Selos. E eu acho que nunca vou me acostumar com a solidão. Sou um ser social... completamente dependente de pessoas ao meu redor... =/
Duas Caras: De fato. A internet nos “distrai” da solidão. Mas nada substitui o contato físico. Obrigado pelo comentário.
Da Silva: realmente... Pensa-se que muitos homens sob o mesmo teto, vira farra. Aqui não é bem assim. Bem... as vezes é sim. Rsssss
Karla Moreno: Eu tenho fobia de solidão. Sempre faço merda quando fico muito tempo sozinho. Piro mesmo... =/
Cah: Pra você ver. Diz o ditado que “hora que a água bate na bunda, a gente aprende à nadar”... digamos que eu pulei na água sem bóias propositalmente. Tem sido uma lição difícil...
La Corleone: Sabe, reza a lenda que um Rei queria descobrir qual era o idioma de Deus. Então ele pegou alguns recém nascidos e trancou num quarto, onde recebiam os cuidados de amas de leite mudas. Ele achava que as crianças começariam a se comunicar por meio desse tal idioma... Bem, nenhuma delas desenvolveu o sistema imunológico, e lógico, não cresceram até terem idade para falar. Acho que no futuro, nossos netos serão frágeis e precisarão de muito cuidado... talvez isso ensine uma liçãozinha sobre individualismo para a humanidade, não?

Um comentário:

TiagoLott disse...

cuidei da minha cria...

fica a pergunta:
"o que eu ganhei com isso?"
"cumpri minha missão?"

analisar essas coisas é como pensar na morte..

um filho, um projeto, uma criação - essas coisas ficam e nos com o tempo nos transformamos em um comboio de velhos a espera da morte.

somos apenas parte de um clico. É mais fácil fechar os olhos e seguir cegamente a religião e assim se convencer da imortalidade