sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pobre Pierrot que as vezes chora e as vezes sorri



Sabe, às vezes penso que você me usa! E usa tão bem e com tanta maestria, que me culpo por ser tão seu. Às vezes, juro, chego a pensar que seu nome foi criado apenas para que eu repita com lágrimas nos olhos e sorriso bobo na face. Um nome suave, mas que enche a boca como se fosse uma tormenta ou um cabernet sauvignon. Sinto os trovões no céu da boca e as uvas maduras na língua.

Difícil, pra mim, é te ver de longe, assim. Chorando, caindo, sofrendo às vezes, noutras rindo. E não ser aquele quem te acompanha... dói demais. Antes me contentava em apreciar seus olhos num retrato em preto e branco. Agora, que vi as cores da sua pele e senti o perfume caprichoso de sua pele, tudo fica mais difícil.

Vejo imagens e estendo as mãos mentalmente, como se fosse pegar algo. Como se fosse tocar seus cabelos, a areia, a água, seus lábios. Não saber se você está mal ou bem, simplesmente não saber, me atormenta. E confesso: atormentar-me-ia da mesma forma se soubesse. Se estiver bem, vou sofrer, pois sua voz e sorriso élficos são tão lindos, que encheriam o coração dos pobres humanos ao seu redor. Mas se estiver mal, sofrerei, por não estar por perto e te abraçar, e te lembrar que é bom ser criança às vezes, e correr com você pela orla vazia à noite...

Antes de partir, você me pediu para ser a primeira pessoa a ver meu sonho realizado. Pois ele se realizou e está bem aqui, do meu lado. Não mostrei pra ninguém, e nem vou mostrar. Eu o prometi para você, será seu. Espero que goste...

Que bobagem, olho para meu nariz no espelho e sorrio. Estou sorrindo agora, e nem sei o motivo...

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