segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sonhe comigo um sonho lindo no inverno


Sonhe que a primavera será mais quente do que foi a anterior, e as flores terão mais vigor. Sonhe que os pássaros estarão por aqui, e todo o verde reluzirá com o orvalho da manhã, refletindo a luz do Sol. E o azul do céu se refletirá no lago de frente para a nossa casinha, e as nuvens parecerão estar boiando na água, como espumas do nosso banho no final do dia.

E em seguida, sonhe que o verão será intenso, fervilhante, e o sorriso que daremos um ao outro ao nos refrescar sob uma chuva fresca num fim de tarde será o mais lindo de todos os tempos. Sonhe que quando a noite cair, levaremos nossos corpos à loucura em alguma pista de dança qualquer, onde você me abraçará e cantará no meu ouvido a música que aquele DJ qualquer estiver tocando. E na madrugada, voltaremos exaustos para casa, mas não dormiremos até matar o calor do verão sob lençóis.

Mas quando o outono vier, prepare-se para sonhar com todos os amigos chegando a nossa casa. Todas as conversas animadas na sala de estar, ao som de boa música e muitos sorrisos. Sonhe com uma mesa farta de jantar, o orgulho estampado nos olhos com a felicidade de podermos oferecer este conforto. Sonhe, sobretudo, com a paz que teremos entre nós...

Pois é no inverno, quando as coisas realmente esfriarem, e o banho tiver que ser rápido e quente demais, e o dia ficar curto e triste, sem sol, sem visitas, sem saídas noturnas... é nesse inverno que deveremos nos abraçar sob os cobertores e nos lembrar: temos um sonho juntos, neste inverno, que vai se realizar, certamente, na estação que vem.

Faz de conta que não vi...


Enxergo naqueles momentos mais discretos, mais sem propósito, qual era o propósito. Eu vejo nos olhares das pessoas uma realidade que buscam disfarçar. Eu entendo quando dizem alguma coisa pela metade. Ou quando se calam subitamente, tentando disfarçar alguma coisa que iam dizer. Eu vejo tudo isso, e geralmente entendo. Mas finjo que não.

Vivo dizendo que está tudo bem, e que comigo, tudo vai ficar bem. Se me apertar, dou um pouco dos meus problemas, mas não todos. Apenas o suficiente. Como a lagartixa, que deixa pra trás um pedaço do próprio rabo, pra despistar o predador... Não consigo deixar que me conheçam tão completamente, mas gosto de fazer pensar que conhecem.

Por outro lado, gosto de conhecer as pessoas. Seu íntimo, suas idéias, suas amarguras, suas histórias... isso me fascina. E à medida que descubro mais sobre cada uma delas, me deixo ser descoberto também. É uma relação de troca constante... diga-me quem tu és, e eu te direi quem sou. Senão, vamos vivendo nesse baile de máscaras, afinal a música está boa e a bebida é de graça!

Ao contrário da Alice, eu não sigo o Coelho Branco quando ele aparece. Mas ele sempre aparece... uma hora ou outra, eu pego ele, e nem preciso cair no buraco pra isso.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu olhei pra trás...


Eu não consegui acreditar nos meus ouvidos quando você disse “não”. Eu fiquei por um tempo olhando a xícara de café sobre a mesinha do shopping, pensando: “eu não entendi... ?”. Eu perguntei duas vezes, depois, o que significava seu “não”. Por que meu cérebro, sempre tão rápido, se recusava a digerir o que estava recebendo de informação. Seu “não” não podia ser compreendido... e você apenas confirmou. Era “não”.

Eu levantei, sem saber direito o que estava fazendo e caminhei. Levei a mão ao rosto numa tentativa de segurar as lágrimas. Fui andando na frente, olhando para cada vitrine, buscando alguma coisa para focar a atenção. Mas meus ouvidos ficavam atentos. Eu queria ouvir você chamando meu nome, me puxando pelo braço, e me dando um beijo de filme no meio do shopping. Eu queria ouvir você dizer que se equivocou, que na verdade era “sim”, e que eu teria seus braços para me envolver sempre que precisasse de carinho.

Quando você veio caminhando ao meu lado, num silêncio mortal, eu fechei os olhos e o peito. Queria engolir meu coração, tomando o cuidado de mastigá-lo bem, que era pra ele parar de me infernizar. Então você me perguntou se eu gostaria que você me esperasse, no ponto de ônibus. Poxa! Eu queria dizer “sim”... e mais: “Fique comigo não só no ponto de ônibus. Fique comigo por mais tempo. Deixa eu mostrar que isso pode dar certo”. Mas só consegui te lançar um olhar lânguido, e você disse “entendi”. Mentira... não entendeu foi nada!

Aí você me ofereceu um abraço, e naquele momento eu morri por dentro. Como eu te abraçaria afinal? Se eu fizesse isso, meu corpo todo te amarraria, e talvez eu não te largasse jamais, até você me dizer: “calma, vai ficar tudo bem! Eu não vou te deixar mais...”. Eu pensei em te abraçar uma última vez, mas fiquei com medo.

E você foi caminhando, com altivez, talvez feliz por ter se livrado de mim. Talvez o mundo tenha ficado mais leve pra você, e as pessoas mais coloridas. E eu fiquei olhando você atravessar uma praça e pensei: “não! Por favor, não”. Eu queria que você me olhasse de longe, e quem sabe voltasse, correndo, me dizendo que “tudo vai ficar bem! Calma, não vou deixar você”. Então me lembrei de como você me chamava de “dramático”. Eu quis rir... Mas você foi embora, sem olhar pra trás. Então chorei.

Eu comecei a chorar no ponto de ônibus, enquanto isso, as pessoas viam minhas lágrimas. Um grupo de garotos riu da minha cara, mas nem liguei. Uma moça pareceu compadecida pela minha situação, mas ninguém me deu um abraço de consolo. Foram os mais longos 30 minutos da minha vida, até que o ônibus chegou. Bem, confesso: eu olhei para trás, na janela, enquanto o ônibus partia. Eu queria, quem sabe, ver você voltando, com uma flor na mão, me dizendo que foi tudo um engano. Eu quis me dar um tapa, para deixar de ser tão sonso e sonhador. Chorei a miséria da estrada inteira, até chegar aqui...

Dentro de casa, sozinha e fria como uma tundra, me entreguei a mais prantos. Tudo o que eu tinha agüentado até agora, eu desmoronei. Pois o que tenho em minhas mãos? Me resta a distância da família e dos amigos, e mesmo aqueles amigos que você diz que são mais próximos, agora estão distantes. Também tenho uma empresa num buraco enorme, em que vou ter que lutar para recuperar (com que ânimo?)... além disso, me restou uma vida miserável, em que tudo dá errado... e agora, não tinha mais você. E então... solidão!

Resolvi te ligar e perguntar: “O que eu vou fazer agora, se num momento como este eu ligaria pra você e pediria ajuda? Como vou ligar agora pra você, e dizer que gosto tanto de você, e que mesmo assim você não me quer?”...

Agora, assim como foi no ônibus, eu fico olhando pra trás. Fico vendo o passado. Olhando aquela gueixa de porcelana sobre minha cômoda, e o incensário em forma de dragão. Coisas que você adivinhou que eu gostava tanto. Fico olhando pra trás... e choro... Será que você vai surgir outra vez e me resgatar? Acho que não...

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O Sinopse de Sinapses recebeu o "Prêmio Dardos" de alguém muito especial, a doce Camila, da Sombra do Mar.

Recebe este selo os blogs e seus blogueiros que transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Recomenda-se que, quem recebe o "Prêmio Dardos" e o aceita, siga algumas regras:

1. Exibir a Distinta Imagem,
2. Apontar o Blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. Escolher uma quantidade de pessoas de sua preferência e um blog de cada pessoa escolhida para oferecer o "Prêmio Dardos".

Ofereço o prêmio, então, aos blogs:
Mãe[teiga] Derretida
Devaneios de uma Viciada em Paixão

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Eu preciso ouvir...

Eu preciso ouvir a respiração e o coração no seu peito, bem perto do meu ouvido. Isso me acalma, diminui a sensação de solidão, e mesmo que você não esteja assim tão por dentro de todos os meus problemas, me convence de que não estou sozinho.

Eu preciso ouvir sua risada. Ela enche meu rosto de sorrisos, preenche meu coraçãozinho de paz. Me faz acreditar que alguma coisa está bem, ou que pelo menos vai ficar bem. Ouvir o seu riso me deixa mais tranqüilo... me mostra que nem tudo é caos, destruição e mágoas.

Eu preciso ouvir de você, que tudo vai ficar bem. Mesmo que não tenhamos respostas para os problemas atuais, ouvir você me dizer que tudo vai acabar bem, enche meu coração de esperanças. Me ajuda a ter forças e acreditar num final feliz, seja ele qual for. Isso se chama APOIAR!

Eu preciso ouvir que você gosta de mim. Não minta e não diga nada que você não sente de verdade. Não quero ouvir que você sente “amor” ou “paixão”. Não é isso! Só preciso saber, com sinceridade, se você REALMENTE gosta de mim, ou se dorme comigo apenas para passar seu tempo. Se você quer o meu bem, eu preciso saber, o quanto você quer ser importante pra mim.

Eu preciso ouvir como vai você. Me contorço todos os dias, preocupado, se você está bem, se comeu, se dormiu, se conversou com as pessoas que você gosta de conversar e desabafar. Fico pensando se você não está precisando de nada, se você não está precisando ouvir meu coração ou minha respiração, ou ouvir meu riso, ou ouvir “vai ficar tudo bem”, ou ouvir um “Eu Te Adoro”... Por isso, às vezes, te ligo, só pra contar como estou. É uma forma de participar da sua vida, tentar ser importante pra você, tentar te tirar dos problemas que já atormentam sua cabeça.

Tem coisas que eu desejo dizer, do fundo do meu coração, mas eu calo. Pois não sei até que ponto você tem condições de ouvir. Então quebre este gelo e permita-se envolver... diga qualquer coisa, mas diga, deixa eu te ouvir.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um sussurro...


Depois que se passa algum tempo em silêncio, percebe-se o poder da própria voz. É quando o som rompe as barreiras e vibra as cordas, nos fazendo assustar com a força de uma simples palavra. Neste instante, a maioria de nós se recolhe, instintivamente, no seio do medo e da timidez, onde descobre uma outra forma de se expressar: o sussurro. Quando sussurramos há a sublimação da comunicação... o efeito subliminar...

Os olhos sussurram, quando fitam a beleza em silêncio, percorrendo os desenhos de rosto, os traços do corpo e os sinais dos poros. Estes olhos sussurram quando olham para baixo, tentando buscar o chão quando ele insiste em sumir. Olhos sussurram, quando percebem, de longe, que alguém lhe atirou um beijo no meio de um momento ruim.

Lábios também sussurram, quando delicadamente se abrem num sorriso. Revelam, baixinho, que há algo de bom acontecendo, mesmo que o rítimo seja brusco. Lábios sussurram segredos, quando a língua os invade de dentro pra fora, desenhando os limites do lábio no rosto. Mas declaram desejos, quando envolvem a pele sem nada a temer.

Vendo os sussurros do corpo aprendi a ouvir o sussurro da felicidade. Ele é audível quando se perde o medo de perder. Quando não importa mais se ter ou não ter... vira apenas uma questão. A felicidade estará ali, por que nasceu uma nova forma de ver o mundo. Hoje ela sussurra que seu maior segredo é não precisar de ninguém, a não ser de si mesmo. Antes eu não conseguia ouvir, agora simplesmente sei... só me falta seguir sua voz.

domingo, 4 de julho de 2010

Não me entenda mal...


... mas estou fazendo voto de silêncio.

Pra mim ficou claro que expressar-se, não significa ser compreendido. Nem tudo o que é dito ou escrito será entendido pelos outros da maneira como se quis apresentar. Apenas quem nos conhece até o fundo da alma, consegue enxergar o que se passa nas palavras usadas. E quem não conhece, só pode fazer pré-conceitos, pré-julgamentos. E como num "preconceito", o pré-conceito nem sempre corresponde à realidade.

"[...] Me olha da onde estiver. Que eu vou te mostrar que eu to pronta, me colha madura do pé." (Dona Cila - Maria Gadú)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Walkover (ou W.O.)


Já sei namorar, já sei beijar de língua, agora, só me resta sonhar. Já sei onde ir, já sei onde ficar, agora, só me falta sair [...] Já sei chutar a bola, agora, só me falta ganhar. Não tenho juiz... se você quer a vida em jogo, eu quero é ser feliz!

Eu não quero ganhar, não estou aqui para competir. Minha intenção é somar e provar que eu posso ser seu, incondicionalmente. Quero mostrar para todo mundo que você é a pessoa mais forte que existe, que você pode conquistar o mundo inteiro com essa sua cara de quem vai matar alguém. Quero que as pessoas percebam que você tem mais poder do que aparenta e uma alma com coração muito maior do que se imagina. Eu sei do seu potencial, sei quem você pode vir a se tornar, e eu quero ser aquele que vai estar do seu lado, alimentando o fogo que te fará ter tanto poder.

Eu não estou aqui, do seu lado, para competir com você. Quero atravessar, junto, a linha de chegada. Quero entregar em suas mãos todas as ferramentas que eu sei que são necessárias para que alguém se torne um verdadeiro Deus neste mundo. Eu sei que posso te guiar no caminho que leva qualquer pessoa a se tornar um ser melhor. Sei que posso te ajudar a ser maior e mais forte. Sei que posso te ajudar a lidar com seus problemas, medos, traumas, fragilidades e até com sua tensão. Eu sei que posso te ajudar a aliviar as tensões...

O fato de eu estar aqui do seu lado, tão calado, é que eu não quero que você perca seu brilho, sua majestade. Eu me orgulho quando vejo você expandindo seus horizontes sobre os horizontes dos outros. Não quero poluir sua alegria com a minha melancolia, ou meus problemas. Acho que nós dois, juntos, podemos nos tornar uma equipe implacável. Podemos ser um exército de dois soldados, e conquistar o mundo!

Basta você me permitir ajudar. Pois eu também não estou afim de perder. Quero fazer você ganhar sempre da vida e do destino, e a única coisa que peço é um abraço de comemoração no final. Quero que saiba, quando você vencer na vida e ainda estiver ao meu lado, que você foi meu projeto de vida. Portanto, eu mereço pelo menos um beijo.
Quero que mantenha sempre isso em mente: posso ser sua bateria ou fonte de poder se me deixar fazer isso por você... mas até eu vou precisar de recargas. Um afago.