quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um sussurro...


Depois que se passa algum tempo em silêncio, percebe-se o poder da própria voz. É quando o som rompe as barreiras e vibra as cordas, nos fazendo assustar com a força de uma simples palavra. Neste instante, a maioria de nós se recolhe, instintivamente, no seio do medo e da timidez, onde descobre uma outra forma de se expressar: o sussurro. Quando sussurramos há a sublimação da comunicação... o efeito subliminar...

Os olhos sussurram, quando fitam a beleza em silêncio, percorrendo os desenhos de rosto, os traços do corpo e os sinais dos poros. Estes olhos sussurram quando olham para baixo, tentando buscar o chão quando ele insiste em sumir. Olhos sussurram, quando percebem, de longe, que alguém lhe atirou um beijo no meio de um momento ruim.

Lábios também sussurram, quando delicadamente se abrem num sorriso. Revelam, baixinho, que há algo de bom acontecendo, mesmo que o rítimo seja brusco. Lábios sussurram segredos, quando a língua os invade de dentro pra fora, desenhando os limites do lábio no rosto. Mas declaram desejos, quando envolvem a pele sem nada a temer.

Vendo os sussurros do corpo aprendi a ouvir o sussurro da felicidade. Ele é audível quando se perde o medo de perder. Quando não importa mais se ter ou não ter... vira apenas uma questão. A felicidade estará ali, por que nasceu uma nova forma de ver o mundo. Hoje ela sussurra que seu maior segredo é não precisar de ninguém, a não ser de si mesmo. Antes eu não conseguia ouvir, agora simplesmente sei... só me falta seguir sua voz.

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