Comprei um carro do ano. Mal sabia eu que tudo isso era uma furada. Ele me disse que ia me dar amor, carinho e atenção, com seu banco de couro, pintura polida e rodas esportivas. E eu acreditei, que horror.
Ele disse que ia me cuidar na gripe, me levar para qualquer lugar que fosse melhor para eu me recuperar. Eu até desconfiei, mas comprei. Comprei o carro caro para me curar do mal.
E ele disse que me curaria o fogo... ia me satisfazer. Achei que era normal, que poderia acontecer. Até que ele disse que sabia gritar e pedir por socorro. Eis que me apaixonei e comprei.
Hoje, ainda sinto a angustia, a sede, a solidão, a gripe e a dor. Fora isso, ainda fica essa enorme sensação de tolice, e as prestações que eu pago, pelo tal carro “de luxo”. Eu não pensei, foi impulso, pra sanar um momento, silenciar uns barulhos, me esqueci de respirar... Foi um, dois, três, “vendido”, e eu estava lá com o carro.
Agora eu paro e sei que tenho tudo. Mas na hora pensei “Será?”... E nesta manhã, minha amiga comprou uma bolsa de grife... para se curar do mal...
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