sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Não se admire


Olha só... ta ficando cada vez mais difícil, viu? Eu tento me afastar de você, por que este sentimento confuso aqui dentro me tortura, mas seus olhos insistem em surgir no meu campo de visão. E meus olhos tão acostumados a apenas absorver a luz, refletem um sorriso que se esconde no meu peito. Ah, que ódio me dá! Eu tento esconder mas ele insiste em se manifestar.

Confesso que, para aliviar a dor, ainda vejo suas fotos, escondido. Há Orkut, Facebook, Multiply, e mais uma série de sistemas que, na intimidade do meu lar, me permitem te encontrar. E fico imaginando se sua voz pode ressoar tão confortável quanto este teu sorriso, e acalmar os batimentos deste meu pobre coração sem sintonia. Quisera eu estar naquela festa onde você parece tão feliz, ou ao seu lado naquele local macio em que você parece descansar. Ai, ai...

E quando você resolve me dar atenção, céus. O mundo parece ruir ao meu lado, como um castelinho de areia. Na verdade, mesmo que fossem rochas gigantes, eu não notaria. Sua atenção me rouba a atenção, o olhar, a cena, o ar, a vida... As vezes finjo que não, que não me importo, mas o melhor momento do meu dia é quando você resolve me dirigir sua palavra. Sem pretensão. Sem opinião. Só falar por falar. Ah, que me derreto.

Me sinto culpado por confundir este sentimento assim. Vai ver estou errado em seguir dessa maneira. Mas, olha, só pra que você saiba: ta difícil mesmo. Então, “não se admire se um dia um beija-flor invadir a porta da sua casa, te der um beijo, e partir. Fui eu quem mandei o beijo, só pra matar meu desejo. Faz tempo que não te vejo”... ai que falta d’ocê...

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