sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Os outros passarão, e eu, passarinho...


O universo está em constante expansão, pregam cientistas. Numa valsa triste no meio da escuridão, galáxias giram em seus eixos imaginários, traçando caminhos ilusórios no espaço. Mas elas se enganam... pois nem com toda esta caminhada, nunca chegarão a lugar algum.

Os sistemas solares, pobres crianças, filhos de galáxias, acompanham os passos de suas mães. Rodopiam, giram, valsam pelo universo, reunindo matéria, poeira e planetas sob sua gravidade. Assim são iludidos os pequenos planetas... que fracos em sua vontade gravitacional, cedem à atração dos sóis.

Os planetas são iludidos. Acreditam que chegarão em algum lugar se simplesmente girarem em torno de um Sol conquistador. Acreditam que vão mudar a existência de si mesmos, se girarem em torno de si. E muitas vezes conquistam pobres satélites que caem no mesmo conto. Os planetas são enganados por sóis que foram confundidos pelas galáxias cegas de realidade.

Nós vivemos em planetas que se iludem, natural que nos iludamos também. Caminhamos para todos os lados sobre o solo desta Terra, mas não importa onde estivermos, ainda estaremos sobre ela. Não importa para onde o seu destino leve, ou quanto tempo percorra, sempre seremos os mesmos.

O caminho muda, mas as pessoas são elas. Melhores ou piores, serão sempre elas. A ordem das árvores não altera o passarinho...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O outro lado...


Traz problema, traz. Pode trazer! Que eu já mando logo, ali na porta, tudo isso se foder!

Resolvi ver as coisas de um ângulo diferente. Afinal, há tanta coisa pior do que decepcionar-se com um relacionamento que duraria anos, ou com a fidelidade que você jurava “de pé junto” que era real.

Tem muito mais amargura no mundo do que acreditar que sua vida vai dar uma puta guinada se você jogar tudo pro alto e acreditar num sonho, e esse sonho simplesmente não se realizar (e você jogou tudo MESMO). E agora eu vejo que realmente há mais dor no mundo do que a simples perda de amigos, que outrora pareciam tão seus, e agora parecem tão só deles.

Não me decepciono mais com amores relâmpago, que surgem do nada, mergulham seu coração num cálice de vinho, embriagam seus pensamentos, e depois vão pra qualquer lugar. Vou achar, a partir de agora, até divertido.

Pretendo não me importar se você está bem ou não, se está feliz ou não. Vou simplesmente dar de ombros e dizer: “Que coisa, não?”. E também não vou me importar nem comigo, vou descer quantos níveis quiser ou puder, sem me importar com o que vão falar.

Quando eu sentir que está na hora, vou pirar belamente, como só um Salvador Dali podia. E hora que tudo isso quiser doer, eu vou dizer: “Opa, opa, opa! Parou!” – com o dedo indicador entre os lábios fazendo “shhhh”.

Chega de manha. Chega de tristeza. Chega de mi-mi-mi...

Se alguém me quiser, vai ter que me querer por mim. Por que nem mesmo eu me quero mais, então vou relaxar...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Foi ciúme, sim!

Eu achei que pudesse agüentar qualquer coisa. Ledo engano. Quando se trata de você, eu simplesmente sou simples. Não sou ninguém com força de vontade ou com potencial pra qualquer merda. Eu sou simples assim, humano, falho. Percebi que todo o meu amor e toda minha paixão tem um limite, e nele, eu andei perdendo meu amor próprio.

Eu me traí. Quando soube que você tinha outro alguém e estava se dando tão bem, eu me traí. Naquela tarde mórbida, eu encontrei um alguém ridículo e num lugar inóspito, fiz algo reprovável. Entreguei minha alma ao Diabo, por que, sinceramente, se não posso ter você: ao Diabo com minha alma!

Não faço mais questão de ser coerente, condizente. Não acho que eu faça mais sentido, finalmente. Danem-se aqueles valores, dane-se o que e quem eu sou. Vou arrumar um jeito de tirar você – que está tão bem – daqui de dentro do meu peito. E no fim, dane-se eu. Vou cometer alguns pecados pra ver se alivia esse sentimento, que já nem deveria existir.

Foi ciúme, sim. Perdi a cabeça. Esqueça.